Ação de Despejo: Entenda o que é e como funciona

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o conceito de ação de despejo, os motivos que justificam a sua utilização, os diferentes fundamentos para a sua propositura, o procedimento necessário para ingressar com a ação, incluindo a documentação exigida. Também abordaremos o que significa purgação da mora e os direitos tanto do locador quanto do inquilino.

Uriel Monteiro Nascimento

10/28/20247 min read

a man is working on a piece of wood
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Ação de Despejo: Entenda o que é e como funciona

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o conceito de ação de despejo, os motivos que justificam a sua utilização, os diferentes fundamentos para a sua propositura, o procedimento necessário para ingressar com a ação, incluindo a documentação exigida. Também abordaremos o que significa purgação da mora e os direitos tanto do locador quanto do inquilino.

Fonte Jurídica da Ação de Despejo

A Lei do Inquilinato é o instrumento jurídico que regula as relações contratuais relacionadas à locação de imóveis urbanos, tanto de uso comercial quanto residencial. Baseada nos princípios contratuais estabelecidos no Código Civil, como o princípio da autonomia privada e o princípio da obrigatoriedade decorrente da manifestação da vontade livre, essa legislação confere às partes ampla liberdade para estabelecer os termos de seu contrato de locação.

Nesse sentido, quando ocorre violação à cláusula estipulada em contrato, cabe à parte exigir o cumprimento ou rescindir o acordo pactuado.

O que é a ação de despejo?

Nesse cenário, conforme estipulado no artigo 4° da Lei, o locador não pode reaver o imóvel alugado durante o período de duração do contrato. Por sua vez, o locatário pode devolver o imóvel, pagando uma multa proporcional ao tempo restante do contrato, exceto se houver transferência do empregador do inquilino para outra localidade. Nesse caso, o locatário deve notificar o locador por escrito com pelo menos 30 dias de antecedência em razão da sua mudança não prevista.

Entretanto, caso haja descumprimento das cláusulas contratuais, a ação de despejo é o instrumento jurídico utilizado pelo advogado do locador para recuperar o imóvel na posse do inquilino, caso este resista em entregar o imóvel por livre vontade.

Motivos para Ação de Despejo

As principais razões para a propositura desse tipo de ação judicial são:

  1. Inadimplência no pagamento de aluguel: O inquilino deixa de pagar os valores acordados, gerando o direito do locador de entrar com a ação de despejo cumulada com a cobrança dos aluguéis atrasados.

  2. Violação de cláusulas contratuais: Apesar da inadimplência ser uma violação à cláusula contratual, esse cenário abrange todas as demais cláusulas. Portanto, em casos de violação das demais cláusulas contratuais estabelecidas, é lícito ao locador rescindir o contrato e ajuizar a ação de despejo em casos de resistência do inquilino em entregar o imóvel.

  3. Uso inadequado do imóvel: Em casos de sublocação ou uso comercial para imóveis de natureza residencial, ou vice-versa, cabe o direito à rescisão do contrato e à propositura da ação de despejo.

  4. Necessidade de retomada do imóvel pelo proprietário: A necessidade do proprietário pode incluir situações em que ele precisa do imóvel para uso próprio ou para acomodar familiares. Isso deve ser demonstrado de forma clara durante o processo judicial. O proprietário deve apresentar provas que sustentem sua alegação, como documentos que demonstrem a intenção de residir no imóvel ou a necessidade de espaço para familiares. É importante que essa necessidade não seja apenas uma conveniência, mas uma situação real e urgente.

Tipos de Ação de Despejo

  • Ação de despejo por falta de pagamento.

  • Ação de despejo por término de contrato.

  • Ação de despejo por infração contratual.

Como Ingressar com uma Ação de Despejo: Um Guia Completo

Se você é locador e enfrenta dificuldades com um inquilino que não cumpre suas obrigações contratuais, a ação de despejo pode ser o caminho para retomar a posse do seu imóvel. Neste post, vamos explorar como ingressar com essa ação, a documentação necessária, as etapas do processo judicial e os direitos e deveres do locador.

1. Como Ingressar com a Ação de Despejo

Ingressar com uma ação de despejo pode parecer complicado, mas, seguindo alguns passos, o processo se torna mais claro. O primeiro passo é consultar um advogado especializado em direito imobiliário. Ele poderá orientá-lo sobre as melhores estratégias e garantir que todas as exigências legais sejam cumpridas.

Após a consulta, o advogado elaborará uma petição inicial, que deve incluir:

  • A descrição do imóvel.

  • A relação locatícia.

  • Os motivos que justificam o despejo.

2. Documentação Necessária

A documentação é fundamental para a instrução da ação. Veja a lista de documentos que você precisará reunir:

  • Contrato de Locação: Este documento é essencial para comprovar a relação entre locador e locatário.

  • Notificações: Cópia da notificação de despejo enviada ao inquilino.

  • Comprovantes de Pagamento: Recibos ou comprovantes que demonstrem a inadimplência do locatário, se aplicável.

  • Documentação do Imóvel: Escritura ou documentos que comprovem a propriedade do imóvel.

  • Identificação das Partes: Cópias do RG e CPF do locador e do locatário.

3. Etapas do Processo Judicial

Após a documentação estar pronta, o processo judicial seguirá as seguintes etapas:

  1. Protocolo da Ação: A petição inicial é protocolada no fórum competente.

  2. Citação do Locatário: O inquilino é formalmente notificado para se manifestar.

  3. Audiência de Conciliação: Uma audiência pode ser agendada para tentar um acordo entre as partes.

  4. Prazo para Contestação: O locatário terá um prazo para apresentar sua defesa.

  5. Decisão do Juiz: O juiz analisará os argumentos e documentos, decidindo a favor de uma das partes.

  6. Cumprimento da Sentença: Se o juiz decidir a favor do locador, este poderá solicitar o mandado de despejo para desocupação do imóvel.

4. Direitos e Deveres do Locador

É importante que o locador conheça seus direitos e deveres para garantir uma gestão eficiente do seu imóvel:

Direitos do Locador:

  • Retomar o imóvel nas situações previstas na lei, como falta de pagamento ou necessidade de uso próprio.

  • Receber o aluguel na data estipulada.

  • Ser indenizado por danos ao imóvel causados pelo locatário.

Deveres do Locador:

  • Manter o imóvel em condições adequadas de uso.

  • Cumprir todas as cláusulas do contrato de locação.

  • Notificar o locatário sobre quaisquer problemas que possam afetar a locação.

O que é purgação da mora?

Quando a ação de despejo é fundamentada unicamente em falta de pagamento, a Lei do Inquilinato, em favor ao princípio da manutenção dos contratos, determina que cabe ao inquilino, dentro dos 15 dias da notificação de despejo, purgar a mora, ou seja, quitar todos os débitos, inclusive os honorários de advogado, para então evitar o despejo. Se, dentro desse prazo, não houver a purgação da mora, prossegue-se a execução da liminar de despejo, a qual, se não for voluntariamente cumprida pelo inquilino com sua saída do imóvel, será exercida com força policial.

Ingressar com uma ação de despejo exige conhecimento e atenção a diversos aspectos legais. Aqui estão alguns pontos essenciais a serem considerados:

Responsabilidades do Proprietário

O proprietário deve manter o imóvel em boas condições, garantindo a habitabilidade e cumprindo as obrigações contratuais.

Direitos em Caso de Despejo

O locador tem o direito de retomar o imóvel em situações previstas na lei, como inadimplência ou necessidade de uso próprio.

Direitos e Deveres do Locatário

O locatário tem o direito de ser notificado sobre a ação de despejo e de apresentar defesa. Por outro lado, é seu dever pagar o aluguel e cuidar do imóvel.

Proteções Legais do Inquilino

A legislação oferece várias proteções ao locatário, como a possibilidade de contestar ações de despejo e solicitar prazos adicionais para desocupação.

Possíveis Defesas em uma Ação de Despejo

Locatários podem se defender alegando irregularidades na notificação, falta de condições habitáveis ou situações que justifiquem a manutenção da locação.

Consequências da Ação de Despejo

Para o locador, a ação pode resultar na retomada do imóvel. Para o locatário, pode haver a perda do imóvel e possíveis sanções financeiras.

Efeitos para o Locador e Locatário

Ambas as partes podem enfrentar consequências significativas, desde a necessidade de encontrar um novo local para morar até a possibilidade de indenizações.

Possíveis Sanções e Penalidades

Locatários que não cumprem o contrato podem ser responsabilizados por danos e ter o nome inscrito em órgãos de proteção ao crédito.

Alternativas ao Despejo

Negociação e Acordo entre Partes

Antes de optar pelo despejo, é sempre bom considerar uma negociação direta. Um acordo pode beneficiar ambas as partes e evitar um longo processo judicial.

Mediação e Conciliação

A mediação pode ser uma solução eficaz para resolver disputas. Muitas vezes, a conciliação ajuda a evitar o desgaste emocional e financeiro de um processo judicial.

Aspectos Práticos e Estratégicos

Dicas para Locadores

  1. Documentação em Dia: Mantenha todos os documentos relacionados à locação organizados e atualizados. Isso inclui o contrato de locação, comprovantes de pagamento e qualquer comunicação com o inquilino.

  2. Comunicação Clara: Estabeleça uma comunicação aberta e transparente com o inquilino. Isso pode ajudar a resolver problemas antes que eles se tornem questões legais.

  3. Inspeções Regulares: Realize inspeções regulares no imóvel, respeitando o contrato e a privacidade do inquilino. Isso ajuda a identificar problemas precocemente e a garantir que o imóvel esteja sendo bem mantido.

  4. Atenção aos Prazos: Esteja atento aos prazos legais para notificação e ação. O cumprimento rigoroso desses prazos é fundamental para o sucesso de uma ação de despejo.

  5. Conhecimento da Lei: Familiarize-se com a Lei do Inquilinato e outras regulamentações pertinentes. Isso lhe permitirá tomar decisões mais informadas e evitar armadilhas legais.

Dicas para Locatários

  1. Leia o Contrato: Antes de assinar um contrato de locação, leia todas as cláusulas atentamente. Certifique-se de entender seus direitos e deveres.

  2. Documente Tudo: Guarde cópias de todos os pagamentos e comunicações com o locador. Isso pode ser útil em caso de disputas.

  3. Notifique Problemas Imediatamente: Se houver problemas no imóvel, notifique o locador imediatamente. Isso demonstra boa-fé e pode evitar complicações futuras.

  4. Busque Ajuda Legal: Se você estiver enfrentando dificuldades financeiras, considere buscar ajuda de um advogado ou organização que ofereça suporte jurídico. Isso pode ajudar a encontrar soluções que evitem a ação de despejo.

  5. Considere a Mediação: Se surgirem desavenças com o locador, a mediação pode ser uma alternativa para resolver o conflito de forma amigável e menos custosa.

Conclusão

Seja você locador ou locatário, é fundamental entender os direitos e deveres de cada parte para garantir uma relação de locação saudável e evitar complicações legais. Em caso de dúvidas ou dificuldades, não hesite em buscar a orientação de um advogado especializado.

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